terça-feira, 10 de novembro de 2009

Metamorfose




I

Vivo numa redoma de vidro
onde me escondo e me omito
de tudo que me parece muito real.

Sou fraca, sou forte,
sou tudo que quiser
desde que não precise sair.

Se não quero, quem vai me obrigar?
Se quero, quem vai me impedir?

Tentando não me expor ao mundo
me exponho a mim mesma,
e descubro que sou meu pior acusador,
e cobro de mim o que ninguém vê.

Minha consciência é meu mundo,
ninguém manda mais em mim
que a minha consciência.

II

Quebro a redoma de vidro
e o ar que me envolve
me apavora tanto quanto
a realidade lá fora.

Não posso mais me esconder.
Não quero mais me omitir.
Quero a realidade de todas as coisas,
de todos os sentimentos.

Sou livre, posso ser eu.
Sou leve, posso flutuar.
Sou humana, posso sonhar.
Sou mulher, preciso amar.

Zilda Amorim (2000)

3 comentários:

Ana disse...

liberdade... abre as asas da imaginação! o blog ta legal! gostei do poema viu! um pouco longo mais bonito! um beijooo

Usuário Indisponível disse...

O SER realmente nos faz livres...

Belo post! Vou seguir!! Beijks

Zilda Amorim disse...

Valeu queridas!!!!
Podem comentar outras também! aguardo. Bjs.